Após ver o título dessa postagem, você deve estar se perguntando: E existe alguma música dos Beatles que não seja uma grande conhecida pelo público? Sim, é bem verdade que o quarteto de Liverpool consagrou diversos hits ao longo de sua carreira. Músicas como "All My Loving" e "Something" não nos deixam mentir. Porém, também é bem verdade que o vasto catálogo da banda esconde muitas pérolas que muiras vezes passam despercebidas pelo público em geral (Mas que são amadas pelos fãs mais fiéis), mas que estão apenas esperando para serem descobertas e apreciadas. Aqui, selecionamos algumas delas:
Escrita
por Lennon e McCartney e lançada no grande "Sgt. Pepper's Lonely Hearts
Club Band", essa é,talvez, uma das mais belas canções do Fab Four. Paul
conta que a inspiração veio de uma notícia do jornal "Daily Mirror" sobre uma garota que fugiu de casa, apesar
de receber tudo de seu pai, que na época disse: "Nós damos tudo a ela, não
entendo por que ela foi embora". O real charme dessa música está no seu instrumental,
até então incomum para uma música dos Beatles. Conta apenas com John e Paul
cantando, com o instrumental todo feito por instrumentos de cordas, que criam
uma atmosfera dramática que casa muito bem com a temática da separação e da
dor.
Uma
das mais notáveis composições de Harrison, "Long, Long, Long" é uma
dos destaques do álbum "The Beatles", mais conhecido como "White
Album" (Álbum Branco). É uma canção ambígua. Em uma primeira análise,
parece ser uma música escrita para um amante, que o eu lírico reencontrou após um
longo período de tempo. Porém, como o próprio Harrison afirmou mais tarde, a
música se trata, na verdade, de Deus. Musicalmente, é uma faixa bem diferente,
com um ar até meio assustador (Especialmente nos últimos segundos da música,
que simulam a suposta morte de Paul McCartney). É difícil descrevê-la em
palavras, pois se trata muito mais de uma experiência sensorial a ser sentida
pelo ouvinte do que uma simples canção qualquer. É uma música arrastada, que
conta com Harrison na guitarra e nos vocais e Paul no teclado, além de algumas
mudanças de ritmos muito bem colocadas. Pode não ser uma das faixas mais
conhecidas, mas que merece ser destacada pela sua grande variedade de elementos
sonoros e pela inovação artística muito presente nas últimas gravações do grupo.
Uma
das muitas canções de amor dos Beatles, "I've Just Seen A Face" trata
da famosa expressão "Amor à primeira vista", como fica bem
evidenciado nos versos inciais: "I've
just seen a face / I can't forget the time or place where we just met / She's
just the girl for me / and I want all the world to see we've met" (Eu
acabei de ver um rosto / Não consigo esquecer a hora ou o lugar em que acabamos
de nos encontrar / Ela é a garota certa para mim / E eu quero que todo o mundo
veja que nós nos encontramos". A música não traz nada de inteiramente novo
nem com relação à letra nem com relação ao arranjo, mas é uma faixa boa de ser
ouvida. Com um instrumental que lembra em muitos aspectos músicas country. É rápido, mas não deixa de encaixar
os versos corretamente na estrutura da música, nos dando uma música suave e
estimulante.
Uma
das primeiras composições de George (E um de suas melhores) a entrar para um LP
dos Beatles. Paul McCartney traz uma grande inovação aqui: Plugou seu baixo em
uma caixa de distorção e conseguiu o efeito de fuzz, que traz o som sujo que domina a música por completo. É uma
canção sobre separação, quebrando com as típicas odes melosas às garotas que a
banda apresentava até então, já apresentando conceitos mais complexos que
viriam a se uma parte majoritária das canções do grupo a partir de então. Porém,
em sua autobiografia "I, Me, Mine", Harrison afirma que a música permite
uma dupla interpretação, também podendo ser vista como um comentário político. É
tida pelos fãs como uma das grandes faixas de "Rubber Soul", álbum
que tua como um grande divisor de águas na carreira da banda.
Compondo o conhecido álbum "Magical Mystery Tour" e também integrando o filme de mesmo nome, "Flying" merece ser citada por dois motivos: É a primeira música completamente
instrumental da banda e também é a primeira em que os quatro membros foram
creditados pela composição. É uma faixa curta (2 minutos e 15 segundos), que
conta com um arranjo de Mellotron que
faz o tema central e determina a atmosfera dominante da música. Seu título original
era "Aerial Tour Instrumental" e tinha mais de 8 minutos de duração,
que foram diminuídos para 2 minutos após ser cortado o loop que compunha o final da música, com um tipo de jazz acelerado,
e que foi substituído pelo arranjo a de sons psicodélicos criado por John e
Ringo e que hoje está no final da música. É interessante mencionar que esses
sons já indicam a mudança social e artística que acontecia no final da década
de 60, com a ascensão dos gêneros psicodélicos que dominariam cena musical na década
seguinte.
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