Seria a
nossa realidade um universo criado por nós? Seria a nossa vida um "holograma"?
Essas e outras divagações são abordadas no mais novo lançamento do Epica,
convenientemente intitulado "The Holographic Principle". O grupo
liderado por Simone Simons e Mark Jensen trouxe mais um álbum ousado, pesado e
filosófico; mas ao mesmo tempo melódico e científico. Buscando sempre o
aprimoramento musical, a banda vinha de um grande ápice proveniente de seu
disco anterior, "The Quantum Enigma", muito bem recebido pela maioria
dos fãs e pela crítica.
Assim como
no álbum anterior, o grupo optou por uma abordagem lírica majoritariamente
baseada na ciência e não na fantasia. Aqui a banda discorre e reflete sobre a
possibilidade do Universo e de nossa realidade serem um holograma, e como esse
fato mudaria a nossa percepção sobre a vida e tudo o que nos cerca (Tema já
muito abordado em filmes como "Matrix"). Em entrevista à Revista
Roadie Crew, Simone revela "Foi principalmente Mark (Jansen, guitarrista e
principal compositor da banda) quem buscou em livros e documentários sobre o
tema". O fato é que, independentemente do tema abordado, "The
Holographic Principle" é um grande marco na carreira da banda, não apenas
por ser um dos álbuns mais pesados de sua carreira, mas por conter
orquestrações completamente gravadas ao vivo, ou seja, sem qualquer tipo de sampler. Em muitos momentos, o disco soa
como uma trilha sonora; vide faixas como "Edge Of The Blade" e "Dancing In A Hurricane"; além
de, é claro, trazer a união entre os vocais limpos e líricos de Simone e os
guturais de Mark Jansen pela qual a banda já é conhecida.
Sobre a Teoria do Universo Holográfico:
O princípio da teoria do universo holográfico está no processo cerebral das recepções elétricas, que são responsáveis pela formação das coisas que “pensamos” existir. Explicando melhor a teoria, partamos do pressuposto que é possível retirar o cérebro de uma pessoa, e que nessa retirada a pessoa se mantenha consciente. Esse cérebro é colocado em uma caixa de vidro a qual é conectada a um computador que emite certas frequências. As coisas que esse indivíduo (seu cérebro) irá presenciar serão uma realidade induzida pelo computador. Assim também funciona para os adeptos da teoria do universo holográfico. De acordo com eles, o mundo no qual vivemos não passa de simulações, hologramas, criados por um ser(es) divino(s) , cuja presença se faz conosco, mas não são vistos nesta realidade, como se a vida fosse um sonho, e assim como descobrimos que aquilo que presenciamos quando dormimos é um sonho, por termos acordado, assim também é a vida neste plano, só saberemos que ela é uma ilusão, sonho, quando despertarmos dela.
Sobre a Teoria do Universo Holográfico:
O princípio da teoria do universo holográfico está no processo cerebral das recepções elétricas, que são responsáveis pela formação das coisas que “pensamos” existir. Explicando melhor a teoria, partamos do pressuposto que é possível retirar o cérebro de uma pessoa, e que nessa retirada a pessoa se mantenha consciente. Esse cérebro é colocado em uma caixa de vidro a qual é conectada a um computador que emite certas frequências. As coisas que esse indivíduo (seu cérebro) irá presenciar serão uma realidade induzida pelo computador. Assim também funciona para os adeptos da teoria do universo holográfico. De acordo com eles, o mundo no qual vivemos não passa de simulações, hologramas, criados por um ser(es) divino(s) , cuja presença se faz conosco, mas não são vistos nesta realidade, como se a vida fosse um sonho, e assim como descobrimos que aquilo que presenciamos quando dormimos é um sonho, por termos acordado, assim também é a vida neste plano, só saberemos que ela é uma ilusão, sonho, quando despertarmos dela.
DESTAQUES:
Que melhor
maneira de começar um disco do que uma introdução épica e inspiradora?
"Eidola" é uma faixa curta (2 minutos e 40 segundos), que traz uma
perfeita sintonia entre o melódico e o pesado, contando até com um vocal
infantil que entoa poucos (porém significativos) versos na metade da faixa. A
música cumpre muito bem o seu papel de abertura, anunciando e estabelecendo a
atmosfera que estará presente em todas as outras 11 faixas.
Aqui vemos a perfeita
mistura entre os vocais da banda, em uma faixa com uma das melhores melodias do
álbum. Com um arranjo de cordas bem presente e evidente, "The Phantasmic
Parade", terceira faixa do álbum, traz bem explícita a temática geral do
disco, divagando sobre os sentimentos que do ser humano no momento em que perceberá que a sua realidade é na verdade
uma ilusão, desfiando o ouvinte a "Ver o mundo através do espelho". Com
um refrão marcante e uma técnica precisa, esse é um dos pontos altos do disco.
Nesse que foi o
primeiro single a ser lançado, o
grupo explora muito bem a dicotomia leve/pesado, com diversas mudanças de
andamento e ritmo. Trazendo uma espécie de monólogo dos seres que supostamente
controlam a realidade em que vivemos (De forma similar à 2112: The Temples Of
Syrinx, do Rush), a faixa é uma incrível síntese de tudo aquilo que queremos e
esperamos ouvir de um álbum do Epica. Ouso dizer que essa teria sido uma melhor
faixa de abertura do que "Edge Of The Blade", pois traz um impacto e
uma sensação mais forte ao ouvinte. Na verdade, uma inversão de papeis teria
sido interessante, "Edge Of The Blade" atuaria bem como primeiro
single do disco, por trazer uma proposta mais comercial. O single possui uma versão acústica chamada "Universal Love Squad".
Aqui chegamos a um dos verdadeiros ápices criativos de "The Holographic Principle". Com um refrão grudento
e cativante, a música traz uma atmosfera de inspiração, aventura e animação,
apesar de seu arranjo tender para o lado comercial. Aqui vemos de novo uma boa
junção do gutural e do lírico, com uma pequena pausa ao meio da faixa (Que
lembra em muitos aspectos uma trilha sonora de animações da Disney) que dá
diretamente nos vocais agressivos de Jansen, antes de levar a uma segunda parte
mais dramática e tensa, que logo dá lugar ao grande refrão novamente. A faixa também possui uma versão acústica
intitulada "Beyond The Good, The Bas and The Ugly". Definitivamente funcionará muito bem ao vivo nos shows.
Todo disco necessita de
pausas, e essa é exatamente a função da sétima faixa do álbum. Trazendo uma
orquestração e vocais calmos no começo, a música vai evoluindo de uma canção
lenta e suave para um grande momento com corais, guitarras e ainda mais
orquestração, digno de qualquer filme de fantasia épica que possa ser imaginado.
Liricamente, a música descreve o mundo onírico da mente humana, narrando uma
viagem espetacular e fantástica por encostas sob a luz da lua, guiada por um guia
desconhecido. Interpretações a parte, a música é uma típica canção da banda,
que certamente merece um lugar nos destaques desse disco.
O grande final chega na
última e mais longa faixa de "The Holographic Principle", que leva o
mesmo nome do álbum. Com 11 minutos e 40 segundos, a música é um verdadeiro
último ato, o momento pelo qual todos esperavam (Assim como "The Greatest
Show On Earth", do álbum "Endless Forms Most Beautiful" da
também banda de metal sinfônico Nightwish.). Trazendo tudo o que já tinha sido
apresentado ao ouvinte até o momento (Orquestra, vocais limpos, guturais,
arranjos pesados, arranjos leves, atmosfera variante...), a música traz também
uma reflexão mais direta acerca do tema que permeou toda a composição do álbum:
A teoria do Princípio holográfico, convidando-nos para um "profundo
entendiemento da realidade" Uma verdadeira obra de criatividade, melodia e
habilidade que fecha o disco com chave de ouro. Ao final, ainda fica a
pergunta: Estamos realmente vivendo em uma realidade verdadeira?
NOTA: 9,0
Colaborador: Natan Carlos Cunha da Costa
Fontes:
Revista Rodie Crew, edição 212, Setembro de 2016.
"The Holographic Principle - Track Commentary Version", disponível no Spotify.
Imagens retiradas de:
http://soulcrusher19.deviantart.com/art/Epica-The-Holographic-Principle-Facebook-headers-619638495
http://bravewords.com/news/epica-release-universal-death-squad-single-official-lyric-video-streaming
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