quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Whitesnake: Ainda lendário (Resenha - Whitesnake, Net Live Brasília - 28/09/2016)

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O Whitesnake desembarcou em Brasília no dia 28 de Setembro para seu terceiro (e talvez último) show na capital. O show faz parte da turnê "The Greatest Hits Tour", na qual a banda apresenta uma retrospectiva dos maiores clássicos da sua carreira, passando por álbuns como "Slide It In", "Slip Of The Tongue" e do consagrado "1987". O grupo liderado por David Coverdale apresentou um grande show ao público brasiliense, dando um show de carisma, técnica e habilidade que os fãs já conhecem.
 Apesar do atraso significativo de 1 hora e 20 minutos para a abertura dos portões, o show começou pontualmente às 22 horas. Após o final de "My Generation" do The Who (Música que sempre toca antes dos shows da banda), teve início a dramática introdução que antecedeu a entrada da banda no palco. A banda foi ovacionada pelo público, que foi recebido pelo grito de "Are yoy ready?" entoado pelo vocalista.

Resultado de imagem para whitesnake brasilia"Bad Boys" foi a responsável por abrir a noite, com uma pegada rápida que logo animou o público e mostrou que aquela seria uma noite memorável. Seguindo com "Slide It In", o show apresentou algumas falhas no som e na acústica do local, prejudicando a audição de certos solos e das linhas de baixo, mas nada que atrapalhasse a qualidade do show em um nível absurdo.

"Love Ain't No Stranger" foi a primeira música a realmente abalar a estrutura e animar o público. Cantando em uníssono os versos iniciais e o refrão, a plateia respondeu muito bem à canção, que se tornou um dos pontos altos da noite.

"The Deeper The Love", primeira balada a ser apresentada,  arrancou sorrisos e foi cantada com muito prazer pela plateia, que seguiu animada em "Fool For Your Loving", clássica canção do também clássico "Ready And Willing" (Regravada em "Slip Of The Tongue").

"Ain't No Love In The Heart Of The City" fez um medley muito bem bolado com "Judgement Day", criando uma boa dicotomia entre calmo/agitado e leve/pesado. A primeira música, proveniente dos primórdios da banda e caracterizada por Coverdale como sendo uma música dele e dos fãs, é um clássico indiscutível que é sempre entoada em conjunto pelo vocalista e pela plateia em coro. "Judgement Day" (Com um arranjo bem mais pesado que o original) foi recebida com aplausos e gritos, tornando-se também um dos pontos altos da noite.

Exibindo IMG-20160929-WA0001.jpgPassado o medley, chegava a hora de Reb Beach e Joe Hoekstra mostrarem as suas habilidades em seus respectivos solos. Beach foi o primeiro a solar, trazendo um solo puramente técnico e direto, abusando de técnicas de tapping e de alavanca, mostrando como sabe ser um grande shredder. Joe trouxe um solo bem mais versátil e melódico e, na minha sincera opinião, melhor do que o primeiro. Com participações do tecladista e do baterista, o solo de Hoekstra teve até uma parte acústica em que o guitarrista solou em violão. Ambos os solos mostraram as grandes habilidades que justificam a qualidade das apresentações da banda.

A banda voltou com tudo em "Slow An' Easy", que animou bem menos do que o esperado, mas que foi executada com maestria e profissionalismo.

O baixista Michael Devin protagonizou um dos momentos mais interessantes da noite. Em seu solo (que sucedeu a anterior "Slow An Easy"), Devin se valeu de um ritmo produzido por ele mesmo com batidas em seu baixo, que foi colocado em um looping que serviu de base para o seu solo propriamente dito.  Com um timbre incrível tirado de seu Rickenbacker, o baixista abusou de recursos como o pedal de Wah e de certa distorção bem leve, que deu ao solo o ar que precisava.

Exibindo IMG-20160929-WA0002.jpgAo fim do solo, a banda voltou com "Crying In The Rain", música do álbum "Saints And Sinners" que foi regravada em "1987", que também animou menos do que o esperado, mas que foi cantada com empolgação pelos fãs mais devotos da banda.

A música foi entrecortada pelo esperado solo de bateria de Tommy Aldridge, que executou um solo técnico, rápido, direto e agressivo. Como de costume, o baterista se livrou de sua baquetas no meio de sua performance e passou a tocar apenas com as mãos, levando todos os presentes à loucura, o que rendeu uma grande série de aplausos e ovações.

Terminando "Cryin In The Rain" após o solo, a banda anunciou uma das mais esperadas canções da noite: A romântica "Is This Love?". Entoada em uníssono por todos os presentes, a música rendeu um momento leve e calmo antes de "Give Me All Your Love", definitivamente a melhor e mais animada música da noite. Já animados pela execução de "Is This Love", os fãs foram à loucura com a execução do clássico de 1987, que contou com um momento em que apenas a plateia cantou o refrão cativante e grudento da faixa. Um momento para ser lembrado por todos os que estavam lá presentes.

A empolgação se manteve em "Here I Go Again", talvez o maior clássico da banda. Cantada do início ao fim pelo público, a faixa trouxe um grande momento de nostalgia e volta aos anos 80, época do Hair Metal e das bandas de Glam. Coverdale ainda arriscou uns agudos que, apesar de não soarem como na fase áurea da banda, também não decepcionaram totalmente, se levado em conta o estado da voz do vocalista. Apesar de toda a animação, era evidente que a noite estava chegando a um fim, principalmente após os agradecimentos de Coverdale e da banda.

Mas é claro que a noite não estaria completa sem "Still Of The Night", executada com técnica e habilidade perfeita (A afinação baixa deu à música um peso a mais), porém com uma sessão intermediária maior do que o necessário.


A escolhida para o fechamento foi o clássico do Deep Purple "Burn". Também uma das melhores da noite, a faixa foi a única executada da era em que Coverdale passou no Purple. A música evocou uma atmosfera pesada e animadora, que conseguiu fazer com que até o fã mais quieto entoasse os versos em um coro que terminou a noite de uma forma um tanto quanto apoteótica.



Um dia depois do show, pode-se chegar à conclusão de que o saldo do show foi mais do que positivo. Apesar da voz de Coverdale não ser mais a mesma, o vocalista mostrou que ainda é capaz de entregar um grande show aos fãs, que recebem com orgulho em sua cidade essa lenda viva. Apesar do futuro do Whitesnake ainda ser incerto, podemos dizer com convicção que, qualquer que seja a decisão de Coverdale após essa turnê, a banda deixou um legado riquíssimo e marcante na história do rock mundial.

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