Em 1982, O Kiss estava em uma situação complicada. Se a saída de Peter Criss e Ace Frehley já não fosse o bastante (Apesar de não tocar no álbum, Frehley aparece na capa original, por motivos contratuais e comerciais), a popularidade da banda vinha despencando após o lançamento do fraquíssimo e comercial "Unmasked" e do mal recebido e incompreendido "Music From The Elder". Parecia que a banda realmente estava em seu declínio final.
Mas, com o contrato dos dois novos integrantes (Eric Carr, baterista e Vinnie Vincent, guitarrista), o Kiss estava pronto para entrar em estúdio novamente, com a promessa de fazer um álbum que remetesse às raízes pesadas de rock n' roll da banda. E o resultado saiu melhor do que todos pensavam: "Creatures Of The Might" é um registro do mais puro Kiss em sua essência, com riffs poderosos e uma grande performance por parte de todos os músicos.
É interessante notar que, ao todo, 10 músicos
participaram da composição e gravação do álbum, que conta até com Bob Kullick
fazendo o solo da música "Danger". Essa grande quantidade de pessoas
pode ser um dos aspectos que faz o álbum soar diferente dos anteriores, com
músicas que possuem um caráter individual.
O álbum é um dos grandes favoritos dos fãs da banda nos dias de hoje, fato que não se traduziu na época de lançamento do disco que, mesmo com todos os seus atributos, não conseguiu levar o nome do Kiss de volta ao topo das paradas americanas, permanecendo apenas na 45ª colocação nas paradas dos EUA. As areas que antes a banda lotava com facilidade, agra permaneciam paricamente desertas, com menos de metade de sua ocupação total. Essa situação fez com que a banda viessa a explorar outros territórios nunca antes visitados; dentre eles o Brasil.
O álbum é um dos grandes favoritos dos fãs da banda nos dias de hoje, fato que não se traduziu na época de lançamento do disco que, mesmo com todos os seus atributos, não conseguiu levar o nome do Kiss de volta ao topo das paradas americanas, permanecendo apenas na 45ª colocação nas paradas dos EUA. As areas que antes a banda lotava com facilidade, agra permaneciam paricamente desertas, com menos de metade de sua ocupação total. Essa situação fez com que a banda viessa a explorar outros territórios nunca antes visitados; dentre eles o Brasil.
Se
em terras americanas "Creatures Of The Night" não vingou, aqui
a história foi diferente. O disco recebeu a certificação de platina e sua turnê
rendeu shows memoráveis, incluindo aquele que entraria para a história do rock
no Brasil. No dia 18 de Junho de 1983, mais de 150 mil fãs alucinados lotaram o Estádio Maracanã no Rio de Janeiro para
assistir aquele que seria o último show da banda usando a clássica maquiagem que os eternizou como ídolos da música. Trazendo
muita teatralidade e pirotecnia (Incluindo a famosa bateria em formato de
canhão), a vinda da banda ao país foi um grande momento. Num show lendário e cheio de energia, abnada conseguiu de maior público de toda a história da banda, e também o maior público a
lotar o Maracanã. Um dia marcante que ficará pata sempre na cabeça de uma
geração inteira (Confira o vídeo de "Rock And Roll All Nite" no fim da postagem).
NOTA: 9,5
DESTAQUES:
Todo
o espírito agressivo e pesado do disco é anunciado na faixa título. Começando
com uma grande virada de Eric Carr, aqui a banda já mostra a que veio. É uma
faixa agressiva, rápida e um dos registros mais pesados de toda a carreira da
banda. Integrando o setlist da banda
até os dias de hoje, a faixa traz tudo aquilo que estava faltando nos discos
anteriores: Um ritmo forte, com um arranjo sólido e uma boa consistência. Realmente,
não há muito o que falar sobre essa música, apenas dê play de escute.
Também
aberta por Eric Carr, aqui se pode ver um grande desempenho vocal de Paul
Stanley. O instrumental apresenta influências de banda como Deep Purple e a
faixa traz uma espécie de nostalgia estilo "Hotter Than Hell" para o
disco, a música trata de um assunto bem recorrente nos anos áureos da banda:
Garotas e amor. Apesar de nunca terem se envolvido com drogas, Gene e Paul eram
famosos por suas festas noturnas, recheadas a sexo, tema muito abordado em
músicas como "Ladies Room". Mas, deixando de lado a temática,
"Keep Me Comin' é uma faixa forte e consistente, que merece ser mencionada
quando se fala nesse disco.
Gene
Simmons já havia marcado presença na anterior "Saint And Sinner" e na
pesada e direta "Rock And Roll Hell", mas é nessa faixa que ele
realmente deixa a sua marca. Grande hit do
álbum, "I Love It Loud" é a verdadeira fórmula do sucesso: Arranjo
com um groove contagiante, refrão
fácil de ser assimilado e, principalmente, a introdução da música,
que todos os fãs cantam com orgulho e animação toda vez que a música é executada
ao vivo. O destaque aqui vai tanto para a linha de baixo, muito bem
desenvolvida e firme, como para das batidas de Eric
Carr, que provou ser o melhor baterista que a banda já teve logo em seu
primeiro registro. Presença constante nos shows, "I Love It Loud" é
uma das favoritas do público brasileiro, ainda mais na época em que a banda
trouxe a "Creatures Of The Night Tour" para nossas terras.
O
que seria de um álbum do Kiss sem uma balada, não é mesmo? Nessa faixa, Stanley
interpreta muito bem os dramas de sua separação, com uma performance vocal de tirar o fôlego. Diferentemente de outras power ballads da banda, "I Still
Love You" é dramática e tensa do começo ao fim, traduzindo em todo e
qualquer aspecto o sofrimento que sucede o fim de um relacionamento. Um fato interessante é o de que Eric Carr fez o baixo dessa música, pois Gene Simmons estava expandindo seus negócios de carreira, tenatando atuar em diversos filmes e se dedicando a outrosmprecessos paralelos (O que, mais tarde, levaria a uma crise interna na banda). Vale
também checar a apresentação que a banda fez dessa música no MTV Unplugged, já
na década de 90.
Sim,
"I Love It Loud" é o maior sucesso do disco, mas o verdadeiro
destaque vai para a última faixa. Cantado por Simmons, "War Machine"
fecha o álbum em grande estilo. É pesada, agressiva e traz um dos mais
marcantes riffs de toda a história da banda. Não é a toa que alguns fãs a
caracterizam como "Uma das músicas que caracterizam o KISS". De fato, se notarmos bem, tudo aquilo que a
banda representa está presente aqui. Um ponto a ser destacado é a perfeita sincronia entre os instrumentos, nesse arranjo que é bem ritmado e preciso, ainda mais quando executado ao vivo. "War Machine" é uma presença recorrente nos shows da
banda desde seu lançamento, e, quando é executada ao vivo, Gene Simmons faz a
sua já conhecida performance em que cospe fogo, segurando uma tocha em forma de
espada. Essa também é uma daquelas músicas que simplesmente não cabe em palavras, a única coisa que se pode fazer é escutá-la para compreender a sua essência.
"Creatures
Of The Night" pode não ter alavancado a carreira da banda na época, mas
hoje é um dos clássicos indiscutíveis não só do Kiss, mas do rock em geral. Seu
Legado é até hoje disseminado, tanto que ele será homenageado na edição desse
ano do "Kiss Kruise", cruzeiro feito pela banda que dura quatro dias e
conta com shows internos e várias outras atrações.
Creatures é com certeza um
retrato de uma fase da banda, uma fase
de incertezas e de firmação. Como Paul Stanley define em sua biografia:
"Para nós, (o álbum) 'Creatures' foi feito com o choque e a percepção de
como estávamos completamente perdidos. O ábum era uma declaração de que
desejávamos por a banda de volta nos trilhos".
NOTA: 9,5
Fontes:
Paul Stanley - Uma Vida sem máscaras
(Editora Belas-Letras)
http://ultimateclassicrock.com/kiss-release-creatures-of-the-night/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Creatures_of_the_Night
https://en.wikipedia.org/wiki/Creatures_of_the_Night
Nenhum comentário:
Postar um comentário