segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Arch Enemy: Termina uma Era, outra começa (Review - War Eternal)

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Os suecos do Arch Enemy são pioneiros em vários aspectos. Seja por serem uma das primeiras bandas de metal extremo a contar com uma mulher (Angela Gossow) nos vocais (O que é incomum, pelo fato dos vocais serem guturais) ou por serem um dos expoentes do estilo Death Metal melódico, que vem crescendo bastante nos últimos anos. Formada em 1995, a banda vez, desde o primeiro álbum, construindo uma carreira sólida e significativa, vide músicas como "My Apocalypse" e "Bloodstained Cross".
A importância de "War Eternal", décimo álbum de estúdio do grupo, vem do fato de que ele marca o fim de uma era: A consagrada vocalista Angela Gossow , que acompanhou a banda por mais de 10 anos, anuncia a sua saída da banda por motivos pessoais. Sua substituta seria Alissa White-Gluz, do também grupo de metal extremo "The Agonist".

Como em toda troca de membros de qualquer banda, as perguntas eram sempre as mesmas: O que será da banda agora? Eles permanecerão fiéis ao som antigo? O novo integrante dará conta de levar o legado adiante?

Todas essas questões foram respondidas em "War Eternal", talvez um dos discos mais significativos da banda até o momento. Rápido, agressivo e direto, o álbum traz uma atmosfera mais crua do que a dos álbuns anteriores, sem muitos adornos e melodias que se fizeram bastantes presentes em "Khaos Legions" e "Doomsday Machine" (Adendo: "Graveyard Of Dreams" e a "No Longer For This World") do disco fogem a essa regra. A primeira por ser uma belíssima faixa instrumental e a segunda por motivos que são entendidos ao ouvir o disco). Quanto ao vocal de Alissa não restam dúvidas: Ela conseguiu, e muito bem, manter e reinventar o legado da banda, e aind apor cima levá-lo a outro nível. O mistério e a tensão do álbum já são percebidos em sua capa. O que seria isso? Um ritual macabro? Não se sabe ao certo o que Costin Chioreanu quis transmitir com essas imagens enigmáticas, mas, vamos admitir, o resultado final foi excelente. 

Em suma, toda a atmosfera de "War Eternal" pode ser muito bem resumida nesta frase (com adaptações) de Michael Amott (principal compositor da banda):

"Se preparem, talvez essa seja a nossa obra mais malvada"



DESTAQUES:


A faixa título do álbum dispensa comentários. Veloz, dinâmica e sem espaço para descanso, o instrumental dessa faixa é preciso e mistura muito bem agressividade do Death Metal e os arranjos mais melódicos no refrão, criando uma atmosfera digna das melhores músicas do gênero. Alissa dá um show nos vocais, trazendo reflexões e verdades sobre o "campo de batalha" que é a vida e a batalha eterna que é sobreviver neste mundo. Não há para onde ir, não há para onde correr, a verdade é só uma. Uma ótima maneira de continuar (e até aumentar, em certo sentido) a atmosfera estabelecida na anterior "Never Forgive, Never Forget"... E o álbum está apenas começando.



Para aqueles que sentiam saudade de clássicos como "We Will Rise" e "Bloodstained Cross", essa é a música que trouxe as sensações de volta. Com um grande arranjo que nos leva à emoções variadas, essa faixa é uma obra apoteótica que deve ser ouvida mais de uma vez para ser apreciada em toda a sua essência. Usa a mesma fórmula de clássicos da banda: A introdução e os versos agressivos com um refrão melódico e épico com acordes que sobem e descem numa progressão dramática. É o Arch Enemy em sua mais pura forma, satisfazendo todos os que ouvem.




Todo álbum possui um carro chefe, e o de "War Eternal" é "You Will Know My Name". Dramática e mais leve do que as outras, A faixa começa com uma introdução de guitarra acústica ,que lembra em muitos aspectos as composições do System Of A Down, que logo dá lugar ao riff melódico característico da banda. Alissa realmente surpreende nos vocais, equilibrando perfeitamente a agressividade com a melodia dos guturais, comprovando-se digna de substituir Angela na banda. A música possui uma temática forte e recorrente: A sensação de ser invísivel e mal interpretado pela sociedade e pelos outros indivíduos, e a consequencia de estar sempre em julagamento; além da vontade de ter um nome forte e presente dentro de um grupo. temática que é exemplificada nos versos: "When I try to open up my heart, I'm ridiculed and torn apart"(Quando tento abrir meu coração, sou ridicularizado e dilacerado), "No more jokes I'll ever get to hear, behind my back, at my expense" (Sem mais piadas que não quero ouvir, pelas minhas costas, às minhas custas) e no próprio refrão da música: "Do you see me now?, Do you hear me now? You will know my name" (Você me vê agora? Você me ouve agora? Você saberá o meu nome.). Uma das melhores dl álbum, em conjunto com "As The Pages Burn" e uma outra que será citada mais à frente.


Pode-se definir "Stolen Life" como sendo a "faixa sinfônica" do disco. O destaque aqui, como o nome sugere, vai para o refrão, que faz uma síntese de power mteal com o metal sinfônico, num ritmo bem marcado e direto, com uma melodia oscilante que lembra aspectos mínimos uma música medieval. A música também dá título ao EP que foi vendido durante a turnê da banda pelo Japão, contendo, dentro outras coisas, demos de algumas músicas presentes no álbum. A versão ao vivo de "Stolen Life" (Assim como a de quase todas as faixas desse disco) merece destaque, por ganhar uma dimensão bem maior e mais impactante do que a de estúdio.


5) Avalanche

Também merece entrar na categoria "Música sinfônica" do álbum, apesar de ser mais agressiva. O destaque dessa vez vai para o instrumental, que começa lento com um piano e vai evoluindo até chegar numa base consistente e sólida que guia todo o resto da música. O refrão é memorável, traz uma série de elementos: Ainda na ponte, temos uma harmonia variante com um vocal estagnado. Na trasição para o refrão propriamente dito, pode-se perceber que a harmonia vai crescendo até chegar a seu clímax, um chrous simples (Em que se pode ouvir sutilmente o vocal limpo de Alissa no fundo) porém cativante. Em conjunto com “As The Pages Burn" e "You Will Know My Name", essa faixa constitui o núcleo essencial do álbum.

É claro que essa lista de destaques poderia se estender por linhas e mais linhas, afinal esse álbum é um dos mais consistentes da carreira do Arch Enemy. Mas, devem ser mencionadas também: "No More Regrets", "Garveyard Of Dreams", "Time Is Back" e "Down To Nothing" (Essa, particularmente, deixaria fãs de Canniabal Corpse bem satisfeitos com seus primeiros versos), todas faixas que seguem a linha apresentada nas 5 faixas acima citadas.

O álbum foi sucedido por uma turnê extremamente bem-sucedida que teve como ponto alto um show no lendário Wacken Open Air, que foi filmado para um futuro lançamento em DVD. Pensando em retrospecto, a sensação é a mesma: Alissa foi uma ótima adição ao grupo, que com certeza trará mais ótimos resultados daqui em diante.

NOTA: 8,8



Imagens retiradas de:

http://www.joelgausten.com/2014/05/review-arch-enemy-war-eternal-century.html
http://brutalymetal.foroactivo.com/t298-arch-enemy-stolen-life-ep-2015
http://www.loveispop.com/reviews/songoftheday-video-arch-ememy-war-eternal/
http://www.metalkingdom.net/album/arch-enemy-as-the-pages-burn/77331

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