
Os suecos do Arch Enemy
são pioneiros em vários aspectos. Seja por serem uma das primeiras bandas de
metal extremo a contar com uma mulher (Angela Gossow) nos vocais (O que é
incomum, pelo fato dos vocais serem guturais) ou por serem um dos expoentes do
estilo Death Metal melódico, que vem crescendo bastante nos últimos anos.
Formada em 1995, a banda vez, desde o primeiro álbum, construindo uma carreira sólida
e significativa, vide músicas como "My Apocalypse" e
"Bloodstained Cross".
A importância de
"War Eternal", décimo álbum de estúdio do grupo, vem do fato de que
ele marca o fim de uma era: A consagrada vocalista Angela Gossow , que
acompanhou a banda por mais de 10 anos, anuncia a sua saída da banda por
motivos pessoais. Sua substituta seria Alissa White-Gluz, do também grupo de
metal extremo "The Agonist".
Como em toda troca de
membros de qualquer banda, as perguntas eram sempre as mesmas: O que será da
banda agora?
Eles permanecerão fiéis ao som antigo? O novo integrante dará conta de levar o
legado adiante?
Todas essas questões
foram respondidas em "War Eternal", talvez um dos discos mais
significativos da banda até o momento. Rápido, agressivo e direto, o álbum traz
uma atmosfera mais crua do que a dos álbuns anteriores, sem muitos adornos e
melodias que se fizeram bastantes presentes em "Khaos Legions" e
"Doomsday Machine" (Adendo: "Graveyard Of Dreams" e a "No Longer For This World") do disco fogem a essa regra. A primeira por ser uma belíssima faixa instrumental e a segunda por motivos que são entendidos ao ouvir o disco). Quanto ao vocal de Alissa não restam dúvidas: Ela
conseguiu, e muito bem, manter e reinventar o legado da banda, e aind apor cima
levá-lo a outro nível. O mistério e a tensão do álbum já são percebidos em sua
capa. O que seria isso? Um ritual macabro? Não se sabe ao certo o que Costin
Chioreanu quis transmitir com essas imagens enigmáticas, mas, vamos admitir, o
resultado final foi excelente.
Em suma, toda a atmosfera de "War
Eternal" pode ser muito bem resumida nesta frase (com adaptações) de
Michael Amott (principal compositor da banda):
"Se
preparem, talvez essa seja a nossa obra mais malvada"
DESTAQUES:
A faixa título do álbum
dispensa comentários. Veloz, dinâmica e sem espaço para descanso, o
instrumental dessa faixa é preciso e mistura muito bem agressividade do Death
Metal e os arranjos mais melódicos no refrão, criando uma atmosfera digna das
melhores músicas do gênero. Alissa dá um show nos vocais, trazendo reflexões e
verdades sobre o "campo de batalha" que é a vida e a batalha eterna
que é sobreviver neste mundo. Não há para onde ir, não há para onde correr, a
verdade é só uma. Uma ótima maneira de continuar (e até aumentar, em
certo sentido) a atmosfera estabelecida na anterior "Never Forgive, Never
Forget"... E o álbum está apenas começando.
Para aqueles que
sentiam saudade de clássicos como "We Will Rise" e "Bloodstained
Cross", essa é a música que trouxe as sensações de volta. Com um grande
arranjo que nos leva à emoções variadas, essa faixa é uma obra apoteótica que
deve ser ouvida mais de uma vez para ser apreciada em toda a sua essência. Usa
a mesma fórmula de clássicos da banda: A introdução e os versos agressivos com
um refrão melódico e épico com acordes que sobem e descem numa progressão
dramática. É o Arch Enemy em sua mais pura forma, satisfazendo todos os que
ouvem.
Todo álbum
possui um carro chefe, e o de "War Eternal" é "You Will Know My
Name". Dramática e mais leve do que as outras, A faixa começa com uma
introdução de guitarra acústica ,que lembra em muitos aspectos as composições
do System Of A Down, que logo dá lugar ao riff melódico característico da
banda. Alissa realmente surpreende nos vocais, equilibrando perfeitamente a agressividade
com a melodia dos guturais, comprovando-se digna de substituir Angela na banda.
A música possui uma temática forte e recorrente: A sensação de ser invísivel e
mal interpretado pela sociedade e pelos outros indivíduos, e a consequencia de
estar sempre em julagamento; além da vontade de ter um nome forte e presente
dentro de um grupo. temática que é exemplificada nos versos: "When I try to
open up my heart, I'm ridiculed and torn apart"(Quando tento abrir meu coração, sou
ridicularizado e dilacerado), "No more jokes
I'll ever get to hear, behind my back, at my expense" (Sem mais piadas que não quero ouvir, pelas minhas
costas, às minhas custas) e no próprio refrão da música: "Do you see me now?, Do you hear me now? You will know
my name" (Você me
vê agora? Você me ouve agora? Você saberá o meu nome.). Uma das melhores dl
álbum, em conjunto com "As The Pages Burn" e uma outra que será
citada mais à frente.
Pode-se definir
"Stolen Life" como sendo a "faixa sinfônica" do disco. O
destaque aqui, como o nome sugere, vai para o refrão, que faz uma síntese de
power mteal com o metal sinfônico, num ritmo bem marcado e direto, com uma melodia
oscilante que lembra aspectos mínimos uma música medieval. A música também dá
título ao EP que foi vendido durante a turnê da banda pelo Japão, contendo,
dentro outras coisas, demos de algumas músicas presentes no álbum. A versão ao
vivo de "Stolen Life" (Assim como a de quase todas as faixas desse
disco) merece destaque, por ganhar uma dimensão bem maior e mais impactante do
que a de estúdio.
5) Avalanche
Também merece entrar na
categoria "Música sinfônica" do álbum, apesar de ser mais agressiva.
O destaque dessa vez vai para o instrumental, que começa lento com um piano e
vai evoluindo até chegar numa base consistente e sólida que guia todo o resto
da música. O refrão é memorável, traz uma série de elementos: Ainda na ponte,
temos uma harmonia variante com um vocal estagnado. Na trasição para o refrão
propriamente dito, pode-se perceber que a harmonia vai crescendo até chegar a
seu clímax, um chrous simples (Em que
se pode ouvir sutilmente o vocal limpo de Alissa no fundo) porém cativante. Em
conjunto com “As The Pages Burn" e "You Will Know My Name", essa
faixa constitui o núcleo essencial do álbum.
É claro que essa lista
de destaques poderia se estender por linhas e mais linhas, afinal esse álbum é
um dos mais consistentes da carreira do Arch Enemy. Mas, devem ser mencionadas
também: "No More Regrets", "Garveyard Of Dreams",
"Time Is Back" e "Down To Nothing" (Essa, particularmente,
deixaria fãs de Canniabal Corpse bem satisfeitos com seus primeiros versos),
todas faixas que seguem a linha apresentada nas 5 faixas acima citadas.
O álbum foi sucedido
por uma turnê extremamente bem-sucedida
que teve como ponto alto um show no lendário Wacken Open Air, que foi filmado
para um futuro lançamento em DVD. Pensando em retrospecto, a sensação é a mesma:
Alissa foi uma ótima adição ao grupo, que com certeza trará mais ótimos
resultados daqui em diante.
NOTA: 8,8
Imagens retiradas de:
http://www.joelgausten.com/2014/05/review-arch-enemy-war-eternal-century.html
http://brutalymetal.foroactivo.com/t298-arch-enemy-stolen-life-ep-2015
http://www.loveispop.com/reviews/songoftheday-video-arch-ememy-war-eternal/
http://www.metalkingdom.net/album/arch-enemy-as-the-pages-burn/77331
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